terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O espanto de um dia sem lembranças

Um coração que não bate, um rosto que não guarda uma alma em seu semblante, um horizonte em seu perfil.
Um corpo que não respira trazendo uma silhueta que não tem contorno entre si e seu fundo.
De onde vem a caridade e a gentileza de algo que não faz parte deste mundo?
Por que algo que recusa todas as semelhanças com nossa vida e nossa terra faz com leveza o que nos arrastamos para sonhar, quem dirá um dia tornar real através de ações?

Quem é você? Por que você existe?

Por que você pode existir no mesmo mundo que eu?

Se você não é nada, por que de você sai algo?

Se eu parar de respirar, e se meu coração parar
Se eu perder o que eu sou e minha silhueta se cortar e desmanchar,
Se meu perfil se dissolver nesse mistério,
Eu serei como você?

...De onde você veio? E por que você existe?

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