quarta-feira, 3 de agosto de 2011

"Eu amo você."

Um sussurro de amor. Leves brisas delineiam um dançar de cortinas, uma sutil valsa, como as palavras levadas por um ar vindo de um sono, vindo de um sonho, da luz incerta que a lua despejava sobre a terra, em uma noite dúbia quanto à sua realidade, ambígua quanto seu caráter de honestidade-com o mundo onde pessoas vivem todos os dias.

Palavras que escorreram como braços e, envolvendo-se em um corpo dócil e semi-acordado, farfalharam o som de um lençol de luxo usado pela primeira vez.


Após o sonho martelado por toda a estadia do sol sobre a cabeça da jovem donzela, a noite foi recebida com uma inquieta expectativa: de que não fosse apenas um sonho. De que o mundo fosse, e o anjo misterioso de uma noite que não existia neste lugar onde vivemos, fosse a vida real a recebendo, com um abraço que a lembrança não pode acolher, e que o toque não permite à pele compreender, cujo rosto desafia o olhar de águias que o tentem enxergar, que a fragrância manda ao oblívio o sentido e a razão, desta manhã, dia, tarde, fim de tarde e noite, que percorremos vez por vez, queimando como uma vela, nos consumindo em um cotidiano que por nós, mal ou bem, suportado ou não, é vivido.

Como um borrão vago, ou como vívidos segundos, passando despercebidos por nossas idades.

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