Palavras que escorreram como braços e, envolvendo-se em um corpo dócil e semi-acordado, farfalharam o som de um lençol de luxo usado pela primeira vez.
Após o sonho martelado por toda a estadia do sol sobre a cabeça da jovem donzela, a noite foi recebida com uma inquieta expectativa: de que não fosse apenas um sonho. De que o mundo fosse, e o anjo misterioso de uma noite que não existia neste lugar onde vivemos, fosse a vida real a recebendo, com um abraço que a lembrança não pode acolher, e que o toque não permite à pele compreender, cujo rosto desafia o olhar de águias que o tentem enxergar, que a fragrância manda ao oblívio o sentido e a razão, desta manhã, dia, tarde, fim de tarde e noite, que percorremos vez por vez, queimando como uma vela, nos consumindo em um cotidiano que por nós, mal ou bem, suportado ou não, é vivido.
Como um borrão vago, ou como vívidos segundos, passando despercebidos por nossas idades.
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