domingo, 14 de agosto de 2011

Silêncio ruidoso, é um choro engasgado.

Eu me perguntava o porquê, dessa sua dor, desse seu louvor,
Pra sempre que eu me dava calado, pras vezes que me fazia falado,

Dizia com o quê, de que não tem dor, no silêncio do amado,
Dizia pra você, que tua presença me quietava a lingua, deixava o pó das cabeceiras
Contar pouco a pouco, o quão de tanto tempo que me deixava de tanto amor lavado

Eu falava pra você, quando aos prantos você caía, que tava pra ficar tudo solucionado
Mas nos seus soluços, depois de tantos alvoroços que o pó e a poeira me levantaram

E hoje eu vejo que aquele meu silêncio te matava, junto com todo esse meu couro rasgado
E eu já caio em grito agudo de quebranto, de tanto calar como você fez clamar,
de um amor que não vem de quem não faz em si mesmo, mas que pede tanto, tanto

De um amor que você não quer que o tempo leve, que o fim de tarde desbote, que o raiar da noite abotoe

Mas de um amor que quer ouvir, se livrar desse atrito forçoso
Sem som, sem dom, sem par de asas que sobrevoe
De um amor soluçado e doloroso

De um silêncio ruidoso, de um coro atrasado
De um oblívio sulfuroso, de um borbulhar já naufragado

De um silêncio ruidoso, de um choro engasgado,
De um silêncio ruidoso, de um choro engasgado.

Poetry poetry poetry poetry.

Even the stars, which birth, bloom and death, may take more than ten thousand human lives to ensure and express its beauty in such a natural way,

Are faded to disolve in nothingness.

Even their deaths, resulting in the dark abysses of the endless beyond sky, the last long moanings chanted, as if to compensate their so galantly past lives, shining in darkness.

Even the undaunted and so-called eternal flowers that adorn our unreachable sky,

are but fleeting maidens, chasing after the blossoming of their own lifelines, only to die afterwards, a death by no means insignificant and apart from their same beauty.

And so, I ask, what may be the beauty of the black sheet behind our twinkling sky fragrances?

Aside from being that which remains the same, amidst the endless dance of change?

Aside from being the still and silent mistery that shrowds our lives when the day is done?

Maybe it is made from the same scent as the world of dreams we enter each night, as much as that curtain is dropped upon the sky.

I wonder what has this oniric realm in store for me this night.

I wonder if the sky will show me its secrets so lovingly, in the same way I wonder about its lost tale.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

"Eu amo você."

Um sussurro de amor. Leves brisas delineiam um dançar de cortinas, uma sutil valsa, como as palavras levadas por um ar vindo de um sono, vindo de um sonho, da luz incerta que a lua despejava sobre a terra, em uma noite dúbia quanto à sua realidade, ambígua quanto seu caráter de honestidade-com o mundo onde pessoas vivem todos os dias.

Palavras que escorreram como braços e, envolvendo-se em um corpo dócil e semi-acordado, farfalharam o som de um lençol de luxo usado pela primeira vez.


Após o sonho martelado por toda a estadia do sol sobre a cabeça da jovem donzela, a noite foi recebida com uma inquieta expectativa: de que não fosse apenas um sonho. De que o mundo fosse, e o anjo misterioso de uma noite que não existia neste lugar onde vivemos, fosse a vida real a recebendo, com um abraço que a lembrança não pode acolher, e que o toque não permite à pele compreender, cujo rosto desafia o olhar de águias que o tentem enxergar, que a fragrância manda ao oblívio o sentido e a razão, desta manhã, dia, tarde, fim de tarde e noite, que percorremos vez por vez, queimando como uma vela, nos consumindo em um cotidiano que por nós, mal ou bem, suportado ou não, é vivido.

Como um borrão vago, ou como vívidos segundos, passando despercebidos por nossas idades.