-e com estes deve-se tomar todo cuidado, mesmo que todo continue sempre como pouco.
Afinal, algo havia de nascer da tentativa dos homens, de reproduzir as estrelas, as verdadeiras flores nascidas do céu, longes, distantes das mãos daqueles, que perambulam errantes sobre a terra.
Em seu delírio, sua angústia e seu desespero, a tola humanidade amaldiçoou a luz eterna das estrelas, as mesmas estrelas que sempre estiveram os observando com seu inacabável carinho. Nomearam-nas como que sendo "apenas uma ilusão", uma cruel tormenta, hipnotizante quimera que perseguiria os fracos. Uma inglória besta que tomaria o coração dos 'inaptos' que "se negassem a ver as coisas, tais quais elas são".
...Ainda me pergunto, se os humanos realmente acreditam que vêem o mundo, ou se apenas não admitem que seu querido mundo, estranhamente ao mesmo tempo que guardado como tesouro último, é também constantemente cobiçado por seu próprio dono, nada passa de seus próprios sentimentos, encobrindo gritante e declaradamente seus sentidos e sua razão. (mas isso quando resolvem, infantilmente, brincar de modo indevido com coisa séria. Mesmo que esta sagrada maldição continue sendo sua estranhamente dolorosa benção.)
Mas claro, não há como um humano, algo tão frágil, fugaz e efêmero, reproduzir fielmente a eternidade do brilho das transcendentais flores celestes!
Mas, novamente, claro! Não é como se algo audaz, ardiloso e trapaceiro como um humano, não fosse capaz de substituir bela e poéticamente, a beleza eterna de um brilho sem fim, pela frágil, fugaz e efêmera fagulha de uma pequena flor, um ínfimo, breve momento.
Tão belo, tão imprescindível à beleza que,
simplesmente,
Teria de durar para sempre.